quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Globalização - novas considerações

Após duas guerras sangrentas a Europa criou um mercado comum e posteriormente, após a consolidação desse mercado, desenvolveu e aplicou o conceito de uma Europa Unificada. A União Européia é uma realidade hoje como todos podem constatar. Quanto tempo levará até que esses Estados, hoje autônomos, unam-se, finalmente, numa única nação? É dificil estimar essa data, mas ela ocorrerá talvez mais cedo do que muitos supõem. O Nafta é um mercado que inclui, inicialmente, unicamente estados norte-americanos. Estas restrições querem dizer apenas que o processo de um mercado totalmente globalizado é lento e requer etapas. Todas essas experiências visam a possibilidade de um avanço seguro que garanta a consolidação desse processo. O mercosul é um outro exemplo de mercado que inclui estados sul-americanos. Aqui também verificamos um certo bairrismo natural nesse processo e entendemos que este bloco também exige uma experiência antecipada. Outros mercados proliferam por todos os cantos do planeta unindo num mesmo ideal (econômico em princípio) estados distintos. Alianças com um mesmo ideal - tanto para o bem como para o mal - sempre existiram. Portanto, a idéia de uma aliança mundial entre todos os mercados existentes, sujeitos a um só conjunto de regras, possuidor de uma mesma moeda, onde a mercadoria produzida não terá necessariamente uma identidade nacional, pois, em sua maioria, produzida por empresas que se estabelecem em todos os países, não é uma idéia absurda, pelo contrário, será naturalmente, o próximo passo a ser adotado. Os apelos pela defesa de uma identidade nacional deixarão de fazer sentido quando esse 'mercado comum mudial' se tornar uma realidade. Na verdade, hoje, todos os Estados negociam entre si e já existem instituições que regem esses negócios: a O.M.C. é uma dessas organizações. Existem outras que regem assuntos do interesse de todas as nações e que visam evitar os abusos que naturalmente seriam impostos pelos Estados desenvolvidos: O.M.S., ONU, OTAN, OPEP, UNESCO, etc, fora os inúmeros tratados que caracterizam aspectos particulares das relações entre Estados. O intercâmbio de mão-de-obra especializada, a exportação de tecnologias e a industrialização de todos os países colocam em xeque as fronteiras e as barreiras culturais existentes. Estes empecilhos (fronteiras, alfândegas, línguas, moedas próprias, identidade cultural), tornam-se inconvenientes para uma economia que rejeita barreiras. No passado histórico muitas barreiras foram rompidas quando se tornaram inconvenientes; e muitas de forma violenta. No atual estágio da economia as barreiras que ainda teimam em restringir o avanço de seu desenvolvimento já começam a ser minadas. Nada deve ou poderá interromper esse processo milenar de globalização: o capital não reconhece fronteiras. Ele precisa se espandir e se utilizará de todos os recursos possíveis para o seu total desenvolvimento. A democratização da educação e do emprêgo será um passo imprescindível para a consolidação desse processo. E essa democratização se dará com o aumento da oferta de ensino de qualidade ministrado por instituições que visam a formação de mão-de-obra competente. E a competência será o critério de escolha do candidato para qualquer cargo nas empresas que encabeçam esse processo. A competência determinará o fim dos privilégios de classe social e raça. Um indivíduo não sofrerá mais o preconceito de ser oriundo de determinada região não privilegiada do planeta. Será reconhecido pela sua capacidade de produção segundo sua especialidade. Nem tudo será perfeito nesta economia globalizada. Provavelmente o conceito de política que temos atualmente será considerado obsoleto nesta configuração. Esse mercado complexo em que será transformado o mundo que conhecemos será regido por uma admistração eleita pelas grandes corporações. Não se pode cogitar a hipótese de um mercado livre de competições entre as corporações e entre os indivíduos tal como temos hoje. Como não sou economista sequer suspeito suas possíveis crises. Sei que elas poderão existir, mas seus efeitos serão minimizados justamente porque serão distribuidos igualitáriamente. Que tipo de crise poderia assolar uma economia globalizada? Arrisco a dizer que nenhuma das que existem, mas não posso afirmar; para isso necessitaria entender profundamente a economia. Não é o meu caso. Mesmo assim, isto não me impede de tecer considerações a respeito. De qualquer forma a economia é apenas um dos aspectos desse processo, embora o considere o mais importante. Existem outros, é claro, mas subalternos ao anterior. Afinal, a identidade de um Estado é superior à sua necessidade econômica? O que um individuo, de qualquer nação, visa primeiro, o estômago ou a preservação da identidade?

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