quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"Nagual"


"Nagual" (lê-se Naual), é o nome atribuido ao inconsciente pelo índio Yaqui, um feiticeiro, cujo nome fictício D. Juan, foi dado (objetivando proteger sua verdadeira identidade) por Carlos Castaneda, estudante de Antropologia do curso de pós-graduação na Universidade da Califórnia, quando de seu relacionamento com este indio, durante suas pesquisas a respeito de plantas medicinais e alucinógenas utilizadas pelos membros desta tribo. Fugindo completamente dos propósitos inciais do estudante, o feiticeiro (ou curandeiro) ministrou-lhe conhecimentos jamais imaginados. Abriu-lhe as portas do inconsciente e lá proporcionou-lhe "aventuras" magnificas e aterradoras - como não poderia ser diferente - no sentido de torná-lo "um homem de conhecimento", portador de uma sabedoria milenar, distinta plenamente do padrão de conhecimento adotado pela cultura ocidental, da qual, óbviamente, provinha o aprendiz.
O objetivo desse Blog é discutir com os interessados as experiências e propostas dos métodos e ensinamentos de D. Juan; e também de discutir as questões pertinentes ao inconsciente tal qual nossa cultura ocidental o concebe. Neste caso, nossos feiticeiros e mestres serão os que se debruçaram sobre o assunto no sentido de investigá-lo e exclarecê-lo da melhor forma possível, mesmo sabendo que a matéria é vasta e que nenhuma cultura, mesmo a de D. Juan, sequer se aproximaram de seu cerne. O conceito de Nagual é o de um local absolutamente desconhecido, mas repleto de conteúdo, que, ao se exteriorizarem, passam a fazer parte de seu oposto, a saber, o conhecido, ou, na linguagem de D. Juan: o Tonal. O Nagual nunca se esgota, portanto, jamais será conhecido plenamente, restando apenas aos iniciados, a aventura de garimpar suas pedras preciosas com o cuidado de não se perder em seus meandros. Por isso, a necessidade de um mestre como condutor e orientador do discipulo. Só um mestre, ou seja, alguém que já trilhou o caminho pode percorrê-lo novamente sem riscos. Creio que Yung (Carl Gustav Yung) pode ser considerado um desses mestres em nossa cultura. Para quem tiver curiosidade de conhecer mais sobre a experiência de Carlos Castaneda e os métodos de seu mestre feiticeiro, leia seus livros: A Erva do Diabo; Uma estranha realidade; Viagem à Ixlan e Porta para o Infinito. Existem outros do mesmo autor que dão continuidade ao aprendizado, porém creio que estes quatro dão conta de qualquer curiosidade sobre o assunto. Parte da cultural oriental (Budismo principalmente) também pode ser investigada no sentido de comparar o método e o conteúdo. Geralmente, o que se distingue entre essas três culturas não é, propriamente, o conteúdo, e sim, seus métodos. O conteúdo e o objetivo são o mesmo: a interação entre o consciente e o inconsciente na edificação de um sujeito pleno, consciente de sua totalidade e de seu papel como individuo de uma espécie.

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