sexta-feira, 9 de outubro de 2009

GOTHIC - o filme


















Estes videos 3 videos abaixo são o filme "Gothic" completo, realizado por mim em 2008. Foram filmados na casa noturna gótica "Lady Hell", situada na R. Bela Cintra e teve o consentimento das bandas, dos DJ's e das demais pessoas nele representadas. A abertura com os gatos foram feitas por mim no cemitério do Araçá, na Av. Dr. Arnaldo. A belíssima música apresentada, inclusive na abertura e 'intermissions', são compostas e executadas pelas próprias bandas. Estas são paulistanas e já têm, algumas delas, alguns anos de carreira. Pertencem ao circuito alternativo e todas têm cd's gravados. Apresentam-se periodicamente nas casas góticas noturnas do país. Frequentemente encontram-se na estrada para apresentações ao vivo. São elas: Scarlet Leaves, Sintético Ministério, Days Are Nights, Dead Jump e RavenLand. Todas possuem endereço próprio na web; os interessados podem acessá-los através de qualquer canal de pesquisa para maiores informações.
O propósito do filme é um registro despretensioso de uma performance ao vivo destas bandas, além de mostrar alguns recortes do individuo pertencente a cultura gótica em seu habitat natural. Creio que o resultado final ficou a contento, agradando a todos os que o viram até o momento. Pena que o filme não foi exibido ainda em lugares onde há grande concentração de góticos. Caso alguém se interesse em divulgá-lo (casas góticas ou não - as bandas apresentam música de tamanha qualidade que pode interessar a qualquer público), entre em contato através deste blog para acerto dos detalhes. O filme foi realizado em midia digital e encontra-se disponível em DVD, e sua duração é de 1h45m aproximadamente. Veja abaixo o filme completo.




7 comentários:

  1. Jung diz: "A função da percepção (alma) apreende os conteúdos do inconsciente e, como função criadora, engendra a força dinâmica de forma simbólica".

    Ao ver seus vídeos me fêz pensar na nossa busca incansável em direção ao amor, à bem-aventurança. Nesse caminho e por não entender como, nós nos entregamos e experimentamos dos mais diversos instrumentos. Alguns se embriagam com a noite, com os sons dos instrumentos, com as imagens estampadas nos rostos, na tentativa de adivinhar o que se vai por aquelas mentes e não se dá conta que podem estar estar entorpecidos por si mesmos.

    Creio que todos queremos tomar conta do mistério mas, o mistério pode ser simplesmente aceitar a morte e dizer sim à vida. É abrir os olhos ao acordar e estarmos prontos para mais um dia rico em experiências, o que só pode acontecer na interação com os mundos interno e externo.

    Parabéns, um grande abraço.

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  2. Elisabeth, mesmo que a consciência (esta parte recente e irrisória de nossa totalidade) não esteja plenamente cônscio dessa simbiose entre estes dois dois mundos aos quais vc se refere, pelo menos o interno está! - exatamente aquele que importa. O externo (nosso ego)é a parte braçal desta relação; creio que toda a dificuldade de estreitamento dessa relação entre o Self e o Ego, se dá justamente por causa de um complexo de inferioridade deste associado a um desejo de potência que não é capaz de sustentar. Esse desejo de potência é permanentemente alimentado por nossa cultura. O "culto à personalidade" é um exemplo desse fato. Parece-me até proposital esse culto à vaidade. Vc deve saber a respeito disso melhor do que eu, pois em sua profissão já deve ter se deparado com inúmeros casos. Sei apenas que esse culto é razão de males profundos enraizados à nossa cultura. E como se propagam suas influências!
    Fiquei feliz que tenha visto estes videos.
    Então, segundo Yung, sou um produtor de simbolos. Isso ocorre em meus videos, em meus escritos (há um nesse blog), minhas pinturas e em minhas fantasias e principalmente, em meus sonhos.

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  3. Gilberto, como você bem colocou o Ego é um instrumento da consciência para dar forma a máscara com a qual desfilamos no mundo externo.É preciso refletir sobre a interferência poderosa do mundo interno. Muitas pessoas são tragadas para dentro dele e lá ficam como barcos à deriva. O desejo, segundo a linha Freudiana, é o elemento da falta, mas se o indivíduo se disponibiliza a "olhar" para ele, entenderá que a vida é um trânsito entre estes mundos. Cada povo, cada família, pessoa, empresa...tem sua cultura e não vejo como estar alheia à esta realidade. Acredito que o propósito de seus trabalhos, como símbolos que são, é levar à reflexão, então, eis sua contribuição para a cultura. Infelizmente esses símbolos não são apreendidos por todos, somente para aqueles que estão disponíveis para lhes dar significados como você.

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  4. Elisabeth, eu busco me manter consciente de que transito por estes dois mundos. A minha dificuldade de interação reside na distinção de valores entre eles. Quando me aproximo do 'sujeito' interno através da Arte ou da 'meditação', só consigo crer em sua existência e nada mais. Todo o mundo externo perde o sentido. Tudo o que fazemos aqui é por mim considerado fúltil e desnecessário: toda essa atividade cotidiana e corriqueira que me impele sempre e cada vez mais para longe desse sujeito interno. Mas, quando 'estou' o sujeito externo, reconsidero todas os valores pertinentes ao seu tempo e espaço como se fossem imprescindíveis à minha existência. Algo como se o tempo perpétuo pertencesse apenas a esfera do sujeito interno e o tempo passageiro ao seujeito externo, de maneira que a contradição proveniente dessa constatação fosse o vetor de todo desconforto psicológico que me aflige. É claro que esse desconforto não pode ser considerado um disturbio psicológico, tendo em vista que este é comuum à maioria de nós. Talvez essa distinção consciênte entre um e outro sujeito seja a razão pela qual a Arte em mim é apenas um meio de expressão e não a razão única e inelutável de minha existência. Creio que esta é a diferença entre o gênio e o medíocre. Meus videos são, certamente, realizados a partir dessa interação (ou melhor, cessão de espaço na mente por parte do externo) entre os dois sujeitos. Quando me entrego ao sabor das razões internas, a expressão (Arte) surge espontâneamente como se ditadas em minha mente por uma voz misteriosa (por favor, não entenda isso de maneira literal), e então, toda a expressão proveniente desse aspecto de minha psique, vêm carregada de uma substância que se apresenta como uma verdade inquestionável. Sei que não existem verdades e sim afirmações temporárias, por isso que essa suposta 'verdade' interna exteriorizada deve ser apenas considerada uma verdade particular e restrita aos meus interesses (mesmo que ainda não os conheça completamente). Toda crítica minha feita à forma como o ser humano conduz sua vida (veja neste blog o texto "O lamento de um vampiro" para ter uma idéia do que estou falando)é uma crítica que pode apenas estar moldando uma visão particular desse mundo, tendo em vista um outro propósito - ainda desconhecido.

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  5. Gilberto, abaixo um parágrafo que acabei de ler e penso ter a haver um pouco com o que estamos elaborando aqui, eis:
    O introvertido tem tendência de desenvolver os pensamentos em si, independentemente de qualquer realidade externa. É vantagem e também perigo. É grande vantagem poder desenvolver abstratamente um pensamento, sem os limites dos sentidos. O perigo está em que a linha de pensamento se afasta de qualquer aplicabilidade prática, perdendo proporcionalmente seu valor vital. Portanto, o introvertido está sempre ameaçado de desviar-se por demais da vida e considerar as coisas demasiadamente sob o aspécto simbólico. O extrovertido não está em melhor posição, apenas a situação dele é outra. Tem a capacidade de encurtar sua função secundária de tal forma que vivencie quase só funções primárias positivas, isto é, não está mais preso a nada, mas paira numa espécie de êxtase por sobre a realidade, já não vê ou realiza as coisas, utiliza-as apenas como estimulantes. Esta capacidade é grande vantagem, pois ajuda a sair de certas situações complicadas mas também é grande desvantagem, pois termina em catástrofe, levando muitas vezes a um caos praticamente inextricável.

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  6. Elizabeth, trazendo este assunto à esfera pessoal, acredito que você está absolutamente correta nestas afirmações. Sinto-me a maior parte do tempo como o introvertido. Vivo mesmo num mundo particular e privado, desenvolvido a partir de minhas inferências da realidade. Creio que a realidade se apresentou para mim de uma maneira extremamente fria e calculista (embora não de forma absoluta), mesmo que para você esta mesma realidade possa ter se apresentado de outra maneira (menos drástica). Assim, pergunto, o individuo nasce introvertido ou extrovertido, ou esse aspecto de sua personalidade depende do ambiente em que vive e das circunstâncias sobre as quais não tem nenhum controle?
    Quanto aos riscos inerentes a esse tipo psicológico, certamente esperimentei todos, inclusive os de aspecto positivo (imaginação fértil, visão crítica de mundo, conhecimento interior, enfim... Arte). Busquei como uma contrapartida, ser diferente do que sou, isto é, procurei ser do tipo extrovertido em alguns momentos de minha vida. O máximo que consigui foi ser um pouco mais sociável e mais tolerante para com as pessoas com as quais me relaciono. Talvez o maior ganho obtido com a incursão nestes dois aspectos psicológicos tenha sido o auto-conhecimento; através desse processo ainda em andamento eu obtive consciência de meus limites e de minhas possibilidades. Foi a partir dessa experiência que eu acreditei que poderia realmente me expressar de forma artística e que este desejo não era apenas uma forma compensatória em minha mente que veio em defesa de um espírito retraído. Talvez o lamento do vampiro seja apenas uma forma de exteriorizar uma mágoa reprimida com relação aos seres humanos. Talvez seja uma forma de magoá-los, tendo em vista que a humanidade não realiza a minha expectativa infantil quanto a ela, isto é: eu tinha a ilusão de que todos as ações particulares visavam ao bem estar de todos, principalmente as ações de nossos lideres. No início da fase adulta essa ilusão foi dissipada. Talvez agora, a partir da exteriorização desse sentimento, eu possa mudar o discurso e olhar mais realisticamente dentro do contexto da vida humana. Outros escritos anteriores a este 'lamento' expressam, reduntantemente, o mesmo sentimento que cultuo a respeito da humanidade e suas atitudes consigo própria e com o meio.

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  7. Muito bons os vídeos do Scarlet Leaves, gostei mesmo!

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